quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Destino

Meu telefone ainda é o mesmo. Ainda moro no mesmo lugar e ouço as mesmas músicas. Nunca fui de presente, sempre de passado e futuro. Um pezinho em você e o outro lá na frente, na estrada que leva adiante. É que eu penso demais, sabe. Claro que sabe. E entende, eu sei que entende. Tenho um silêncio que nada diz e tudo sente, um coração que tudo grita e nada fala e uma mente que tudo pensa e nada faz. Não é por maldade, nem nunca foi. Não vou dizer que é medo, mesmo sabendo que há uma grande possibilidade de ser. Apenas não dá. Eu abro a boca e nada sai, ou quando sai não é a coisa certa.Dou um passo e paro logo em seguida, a estrada pode ser a errada. Por que é tão difícil conviver com o orgulho? E entre decidir se me jogo de cabeça ou me recolho em um quarto escuro, jogo toda a culpa no destino. Isso mesmo, destino.