"Um poema transtornado
Afetivamente bipolar
Às vezes maníaco,
Outras deprimido
Mas poema...
Seria eu um santo?
Há um halo sobre minha cabeça...
Haloperidol. Ou estaria psicótico?
E cá estou, meio ácido,
perdido na minha agressividade...Valpróico.
Prosaico...
Perdendo e ganhando a cada dia,
Fluoxetina. A vida flui,
Flui o que se tinha, flui o que se perdeu...
Lítio. Li... Leio, ainda. Li, em algum lugar,
Que Freud teria dito que no futuro
A química resolveria tudo...
E em outro lugar, não lembro,
Ser tudo placebo, e a crença a cura...
Se "o poeta é um fingidor
Que finge não ser sua
A dor que deveras sente" (seria isso?)
Quisera eu, demente, fingir não ser tudo verdade...
Mas se confessei os nomes, os crimes,
Ainda não cheguei na dose certa
Onde a mente se equilibra
E a incógnita que somos desperta...
(Estou enlouquecendo à velocidade do pensamento...)"