Se fosse fácil, acredite, eu não apostaria todas as fichas. Eu tenho disso, de ser tudo ou nada. Ou como costumo dizer "oito ou oitenta". E se nada me sobra, tudo me dói. Encontrei nesse seu ombro, o meu abrigo. Pra chorar as pitangas, pra dormir desajeitada, pra ver filme feliz. De repente eu estava jogada no sofá da sua casa, como se não conhecesse outro lugar para estar, e ter você me olhando de canto, sorrindo, e reparando na minha folga, me pareceu algo tão natural, coisa da gente, sabe? Me disseram que o amor é bom, mas esqueceram de me contar que o amor te deixa desnorteada, que faz você acordar no meio da noite só porque acha ele tão bonito dormindo, que pensará em ligar nos momentos mais ridículos, só porque ouviu 'aquela' música no rádio. Que vai mudar o dia da folga, só porque ele vai estar livre e já demonstrou que merece. A primeira vez que eu te vi, te percebi. Tem gente que conhecemos, contamos a nossa cor favorita e já é suficiente para ter empatia. Com você foi além, eu quis mostrar minhas músicas favoritas, eu quis te contar tudo o que eu sabia, eu quis que você gostasse muito, muito de mim, que me achasse uma incrível companhia, que você me conhecesse bem e de antemão já perdoasse as crises que eu planejava ter. E acredite em mim, eu soube no dia em que você me disse "oi", que seria complicado, e deve ser por isso que estamos até hoje aqui. Se fosse fácil, não seria tão feliz...